Este é o primeiro post da seção “Vozes da Comunidade – Relatos” na qual membros da Rede Apoena contam sobre suas experiências com aspectos específicos do sistema acadêmico alemão. Hoje convidamos Pedro Bamberg que é pesquisador na RWTH Aachen University. Pedro é engenheiro mecânico, mestre e especialista em inovação tecnológica, união e conformação de materiais. Atua no Instituto de Soldagem e União de Materiais (ISF) da RWTH Aachen University como pesquisador do Departamento de Processos de União com Baixo Aporte Térmico e de Estruturas Leves. E-mail: pedrobamberg[a]outlook.com / bamberg[a]isf.rwth-aachen.de.
Trabalho como pesquisador no Instituto de Soldagem e União de Materiais (ISF) da Universidade RWTH Aachen, propondo e executando tanto projetos com financiamento público quanto para demandas industriais.
Os órgãos de fomento com os quais eu tenho mais experiência são:
- AiF: Fundo da Sociedade de Pesquisa Industrial (IGF) direcionado para pesquisa e inovação (www.aif.de/)
- BMBF: Fundo para fomento de pesquisa teórica/básica do Ministério da Ciência (www.bmbf.de/)
- ZIM: Fundo do BMWK destinado a projetos aplicados de inovação em cooperação com parceiros acadêmicos e industriais (www.zim.de/)
- TTP-LB: Programa de transferência de tecnologias TRL 3 ou superior para aplicações industriais relacionadas à redução de peso estrutural e melhorias de índices de emissões e consumo de combustível (www.bmwk.de/Redaktion/DE/Artikel/Technologie/technologietransfer-programm-leichtbau.html)
- Cornet: Programa de fomento à pesquisa coletiva executada por instituições públicas e privadas de países diversos (https://cornet.online/EN/Home/Home_node.html)
Para mim, o maior desafio que enfrentei no meu trabalho com projetos de pesquisa foi a obtenção de notas suficientemente altas para a liberação do financiamento das pesquisas. Atualmente, diversas propostas aceitas não estão recebendo fundos por conta da concorrência entre as propostas submetidas e o tempo de expiração de uma proposta aceita. Uma proposta de pesquisa é aceita quando é qualificada pelos Gutachter (avaliadores) como atendendo aos requisitos impostos (relevância econômico-científica, aplicabilidade, planejamento experimental etc.) através de notas. A partir daí, as propostas são ranqueadas, de modo que os financiamentos vão sendo liberados em série, de acordo com as maiores notas. No entanto, uma proposta aceita pode permanecer por apenas 18 meses. Após isso, caso o financiamento ainda não tenha sido liberado, a proposta precisa ser submetida novamente ou cancelada.
Minhas dicas para outros membros que gostariam de trabalhar com projetos de pesquisa na minha área são de começar o quanto antes, levar discussões para os parceiros industriais (principalmente as pequenas e médias empresas – KMU), identificar demandas, elaborar propostas de inovação voltadas às demandas identificadas (enfatizar/ressaltar/justificar a importância econômico-científica dos projetos propostos), gerar resultados preliminares relevantes e robustos e fazer publicações relacionadas ao tema.
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